domingo, 16 de dezembro de 2007

CONTOS INDIANOS



O Pássaro e Eu


Era uma vez um pássaro tão belo que, ao perceber a sua beleza e grandeza espiritual, quis mantê-lo junto a mim aprisionando-o numa gaiola.
Consegui durante anos mantê-lo no cativeiro o qual procurei construir o mais bonito, agradável e aconchegante possível. Dia após dia, ao mesmo tempo em que cuidava dele e o protegia, também, sem perceber, cerceava seus movimentos, restringindo-os àquele pequeno espaço que o cercava e não o deixava alçar vôos mais altos. Era difícil para mim dividi-lo, deixar que abrisse suas asas e voasse mais longe. Tinha receio de que não voltasse, tinha medo de perdê-lo; mas, com essa atitude, não percebia que não só o prejudicava como também impedia outras pessoas de ver a beleza e escutar o canto libertador desse pequeno grande pássaro. Ele veio para anunciar a aurora de um novo dia, dar uma nova mensagem com o seu canto diferente, bonito, mas ao mesmo tempo ameaçador; porque ensinava a todos que a liberdade vinha através do conhecimento de quem somos e este conhecimento independe de credo, raça ou cor.
Passei anos escutando este canto, mas ainda assim não conseguia libertar o pássaro; cada vez o queria mais junto a mim, mais próximo, como se nessa proximidade eu me tornasse pássaro também. Algumas vezes abria a porta da gaiola e permitia pequenos vôos, sempre restritos a ambientes fechados para que ele, ao exercitar suas asas, tivesse a impressão de liberdade.
Um belo dia, Nataraja, o Senhor da Dança, sem que eu percebesse, escutou o seu canto e se enamorou. Viu que este canto libertador precisava ser ouvido por mais pessoas e não poderia ficar confinado naquele pequeno espaço e, então, iniciou a sua dança; e a cada passo que dava ia abrindo sulcos na terra e destruindo as grades da gaiola. À medida que o pássaro iniciava seu vôo eu ia caindo nos sulcos abertos na terra pelos pés de Nataraja, o que me impedia de manter o pássaro aprisionado. Cada vez afundava mais e mais, parecia estar num grande cânion sem fim e, por mais que eu me debatesse e tentasse segurar nas bordas ou nas fendas da terra, afundava cada vez mais.
Em um dado momento, percebi que quanto mais tentava me segurar, mais profundo me parecia o cânion e mais dolorosa a queda e o sentimento de perda que ele representava. Perdi literalmente o chão e não conseguia visualizar terra firme, perdi as forças e deixei de lutar. Abandonei-me, a essa altura, às lembranças dos sons do canto; comecei a ser envolvido pela beleza e a graça dos movimentos da dança da criação e da destruição do Senhor Nataraja; à medida que me abandonava àquele ritmo contagiante, as fendas foram pouco a pouco se fechando e fui começando a escutar os sons do pássaro de uma maneira mais abrangente e, na profundidade do meu Ser, já não chorava mais pela perda. Ao contrário, sorria de alegria por poder, agora sim, compreender a liberdade que o canto do pássaro me propiciava e dançar livremente ao som dele como fazia o Senhor da Dança e do Conhecimento.
Hoje em dia, o pássaro consegue levar o seu canto libertador por todos os rincões do nosso país; mais pessoas têm acesso ao conhecimento, e eu, continuo dançando como Nataraja, ao som dele, podendo vivenciá-lo em todos os momentos da minha vida, pois agora, trago o pássaro e o seu canto no meu coração.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Aqui e agora.

Aqui.... nesta sala de interferência cruzam ondas de som dissonantes, emitindo a entorpecência consciência dormida e dores nos dois hemisférios cerebrais. A consciência pura é a presença da criação divina, do criador omnipotente e emana-se com sutileza num lugar como este...
Por entre os cantos ou escondida em alguma musicalidade de alguma máquina, sua atuação é discretíssima. Pois ela é suave, serena e perene como a relva que cresce mesmo ante o mais frenético barulho.
Os olhos perspicazes do guerreiro da luz quando se fecham a vêem em toda parte e é dentro do salão iluminado de sua alma que ela manifesta sua serenidade fazendo deste lugar um reino dos encontros das inumeráveis interconexões.
A dualidade não é párea para anular o ponto da conexão una estabelecida nestes níveis. Nem todos os barulhos, de todas as máquinas do mundo, em uníssono, tem efeito anestésico quando a luz no altar firme do coração do guerreiro mantém sua chama acesa! Implacavelmente os pólos matéria/espírito vai dissolvendo-se na perenidade da relva crescente do puro pensamento. Todos os mecanismos não tendem mais que ao cair no esquecimento, em função das mentes subjugadas mortas, frágeis fantoches de sua própria visão materialista e curta, matéria prima de todo o sofrimento.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

1,75m

por Natalia Yung-

tenho estado
num estado jônico
de estar
desde aquele susto
entre vidros
em movimento
desde que troquei
meu quadro negro
por tela de pano e pincéis
desde que 1,75m
me recorda a profundidade
infinita do mar
e passei a pintar
jonicamente
ondas na areia
com meus pés
sem tocar o chão
em olhos céulados
jônica, lídia e mixolídia
acorde exato
do sonho acordado



RAÍZES E ASAS - Bhagwan Shree Rajneesh

Trechos de palestra conferida a 13 de junho de 1974, Poona, Índia.

Comentário:
Sinto que qero estar perto de você, mas ao mesmo tempo quero correr para o mais longe possível de você.


Resposta:
Sempre que você tiver um sentimento, uma vontade de estar perto de um homem como eu, o medo virá, pois estar perto de mimsignifica estar morto, significa perder-se a si mesmo. É o mesmo medo que toma conta de um rio quando ele chega no Oceano - as margens se perderão, o rio se perderá - e todo o rio tenta voltar atrás. Mas não há jeitoSe você sente um desejo profundo de vir para perto de mim, não há mais jeito de escapar. Você pode tentar, mas não há jeito de escapar...
...
poderá apenas adiar... pois esse desejo profundo está vindo do seu próprio ser. O medo está apenas na mente. O desejo, o impulso nde estar mais perto está vindo do âmago do seu ser. Mas o medo surge na mente, porque a proximidade significa morte.
...
Estar perto de um mestre é morrer. seu ego terá de morrer.....
...
Mais cedo ou mais tarde você terá de se fundir com um mestre. Nenhum rio pode escapar do oceano. Uma vez que você se aproximou você já veio e não há mais jeito de voltar.
...
O medo é natural, compreenda-o. Dê um salto. E esse salto não será apenas uma morte; será um renascimento... Mas você não sabe e vê apenas a morte...
...
Por isso pense a esse respeito, o que você tem a perder se chegar mais perto?...
...
Quando esse abrigo, que se tornou uma prisãoi para você é perdido, o céu se abre infinitamente; quando essas margens que tem sido uma prisão para você, são perdidas, você se torna ilimitado, você se torna infinito....
...
Uma vez que alguém se dissolve no infinito, está na própria origem, de onde veio.

domingo, 13 de maio de 2007

Carta à amiga no México. (San Cristóbal de las Magias, Chiapas, México)

voltão essa tua andada.. Moon Womb Lodge, sugestivo lugar.
Puxa às vezes penso nesses irmãos que estão cristalizando seus ideais por aí afora.. Que tempo de semear irmã! Bem olho para o passado por vezes para entender e articular com o presente. Às vezes me encontro gravetinho boiando no rio para encontrar o mar. Outras me seguro nos emaranhados na beirinha do córrego e de rebeldia fico tentando desfazer os nós de mim mesma. Aí Bi o tempo vai espiralando em torno de nóis no todo e as repetições dançam animadas, dando sinais de sabedoria pero às vezes de burrice prolongada, e à isto atribuo o nome de maturidade vivida no planeta. Outro dia sentia que ia morrer... E escrevia coisas ou lia nos poemas escritos pelos muros, sinais da trancendência... Fui no dentista e precisei arrancar 2 cisos. Morri. Entendi o pôrque dos sinais. Renasci em meio à dor e fazem 3 dias que me refaço do trauma, com bochechos de malva e chá de sementes de habu. E me recordo como se estivesse lá, em fractais d dna, com Buda em cima da montanha olhando bem as piras onde corpos transcendiam pelo calor dourado das chamas, para o ar, de volta às estrelas, de volta ao pó, ao silêncio. Lição da Impemanência. Ai, a cura. O silêncio, não poder abrir a boca para falar e a cura. Cada dia a vida volta, com seus sóis e luas e nuvens animadas e encontros inesperados e tédio que urge por ser transformado em melodia.... A transcendência se dá na cidade também. Em forma de morte física? Às vezes. Em menos de 2 luas testemunhei 3 ocasiões de tiroteio. Amiga, 3! Em meio ao caos, também encontros e desencontros maravilhosos. Como é plural essa existência, com suas várias mãos nos abrindo diversos caminhos. Na mesma noite de um tiroteio, estava com amigo que havia acabado de conhecer. Carmicamente de muito tempo em verdade. Tinha anotado uns poemas que diziam ser escrito por alguém com um nome tibetano, de fato até procurei no google e pensava se tratar de um monge que estava refugiado ou preso em alguma masmorra, lançando para o ar mágica e glória com suas palavras...
em meu caderninho de viajem anotei 2 desses poemas.
Depois de nos recompormos da cena de mocinho e bandido, sentamos num ponto e abri meu caderninho, iniciei a leitura pronta a nos trasportar para outro país, quando parei. Antonio me dizia, péra aí.... pera aí o quê? - eu disse. Disse ele que havia escrito aquilo. Nem acreditamos. Acreditas? Eu procurando no Tibet e Antonio ali do meu ladinho, nós dois recém amigos, fugitivos de um tiroteio na Cidade Baixa, que é assim meio Cidade de Deus, em fato com seus excessos, faz bem é profanar, bem não faz nada, quem faz são as pessoas, pagam para distrair-se, já nem se dão conta quem ou o que são... desempenham bem seu papel. Uma hora a torre tem que cair, melhor mesmo que tudo seja como é, tem seu princípio único, indivisível e a tarefa para nós da contra cultura, abrir o peito e caaaavaaaaar o Amor, existe sim.... senão como se explicariam milagres como estes, dos encontros, dos momentos que tudo corre por fio de prata divino e sereno, conduz a existência a patamares, sim evoluímos, com a bençao de todos os elementais, todos os espíritos os mortos e os vivos, somos curadores, curamos com luz, luz do nosso amor, toda a acompaixão virou ação de amor, luz para curar, evoco das estrelas, vem da natureza, de todo o universo, de todos os animais, os elementais, cura a mãe terra, espalhando a sua luz... Viva o Mira e a música do ENCA! Parece que está tudo ao contrário ou quem sabe somos nós que estamos na contramão, resistindo na sutileza para lançar as bases da evolução.. porque Tudo não faz um único esforço para ser como é, simplesmente existe e emana existência contida e espalhada em si. Minha querida com experiência que caos e milagres podem sim coexistir, rogo cada vez mais que sejamos testemunhas vivas desse nosso tempo, vivendo atentamente na corrente do fluxo, recebendo e também abrindo mão e deixando passar, tudo o que não passa de um milagre e que sempre passará.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Jam Domingo.


Indo

É pois é. Vou.
Mas aqui ando trabalhando, gente!!! Desde um mês atrás aproximadamente, tive uns contatos decisivos com aquela pinta que está lá na Holanda e nós conhecemos bem de ouvir falar por letrinhas, e também de suspiros, e é um tal de andarilho búlgaro que está cada vez mais adquirindo costumes indianos... Sei bem que desconheço quem ou o que ele parece vibrar com seu serzinho hoje em dia... foi em 2005 a última vez que nos vimos fisicamente, mas bem está resolvido. E aqueles sinais de "estás partindo Clarissa" escritos pelos muros, pelas músicas, pelas caras, pelas janelas e por todos os 450,000 aviões que tenho visto alçando vôo a cada vez que minha cabecinha de mamão se levanta para olhar para o céu insistentemente me acompanham... sabia que alguma viajem por junho ou julho ia pintar. Ontem senti por breves longas horas que tinha de novo 19 anos, depois 52, ah me confundiu ter tantas idades numa só... Acho que o coração é generoso e a memória emocional abriga tamanhas amplidões de vida que minhas vãs filosofias desconhecem, então por breves instantes de vida me dou ao luxo de ter várias idades numa só. Parece que tilintando está toda a presença dos que já foram e dos que ainda estão por vir, também vibra a saudade dos que ainda estão aqui... passado e presente se encontram na mais linda pororoca pessoal, vivência localizada no espaço tempo, bem aqui nas 3 luas, abril, maio, junho.. E se curam as emoções mal resolvidas nesses tempinhos... a flecha é certeira, o objetivo brilha o seu propósito e desde uma lua atrás, o auxílio financeiro vêm quase que celestialmente, começo de ABRIU, escancarou-se oportunidades de trabalho geradoras de abundância para dar uma somada naquelas economias, assim vou contar com uma soma que surpreendentemente trespassa de longe toda a quantia que eu já vi brilhar no somatório de renda que tive ao longo de 3 anos, desde minha volta ao lar. Aproveitando a ocasião me preparo para 3 meses em dutchland, inicialmente Amsterdam.

A parte que fica, fica tão cheia de amores e curada de conflitos, e sentindo-se útil e cheia de responsabilidades em solo brasileiro, esperando aquele instantinho fecundo para ativamente se manifestar em alguma frente de trabalho, seja na educação, seja na enfermagem, ainda ela nem sabe direito em que frente vai entrar, mas carrega forte a certeza do contato com a terra e nisso confia seu coração e também reza pela coragem e clareza na visão porque sabe que há trabalho a ser realizado, aqui, na terra que nos pariu, nos nutriu a vida inteira. Como um canto lindo ser brasileira, canto que nos une às amplidões de nosso território e que também é entoado nas partes mais distantes do globo, por aqueles de nós que se desgarram um pouquinho só. É bem nesse fio que fica meu coração, embalada nesse canto. Com firmeza no amor o tempo é indefinido, segundos profundos em clareza total e ampla, percepção alargada aos kilos de horizontes.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Aula de Culinária

Neste sábado tem aula de culinária lá no São Jorge. Vai girando até embaixo da página e vais encontrar ali maiores detalhes.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

A Flor no Espelho

"Sem nenhum passado ou futuro para a eternidade ocultar, contempla, em meio a efemeridade do sonho, a permanente verdade de luz no coração; a verdade é tão simples e tão boa que nenhuma palavra pode traduzi-la. O poeta em humilde reverência silencia e quando volta a falar, todas as suas palavras apenas o silêncio anunciam." (A Flor no Espelho - Pema Lhunbrup Dorje)

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Copos de Lua


"O que é?

O copo de lua é um pequeno recipiente reaproveitável, de uns 4cm aprox de comprimento feito de uma borracha siliconada macia. É usado internamente como um absorvente interno mas ao invés de absorver o fluxo ele o coleta em sua cavidade. Contrário aos absorventes internos os Copos de Lua não são descartáveis, você poderá cuidar com carinho dele e usá-lo por muitos anos a fio. O copo de lua comportará até 30ml o que é aproximadamente um terço do fluxo total produzido por nós a cada período menstrual. Uma camada seladora é formada entre o copo e as paredes vaginais permitindo o fluxo a passar para dentro da cavidade do copinho, sem vazamentos ou odores mais fortes. Você provavelmente precisará esvaziar seu copinho com bem menos frequência do que você troca os absorventes toalha ou internos. "


ENTRE em contato comigo para fazer seu pedido, pois estou com uma lista de amigas interessadas e vamos fazer um pedido grande, cada Copinho custa 19 libras. Vale o investimento pois é uma economia pelos anos futuros, também é igual a lixo ZERO, e además a Terrinha Mãe agradece! Site original em inglês aqui.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Visita

Quem Ama Inventa
~°~
Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!
~°~(Mario Quintana)

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Oco

E a leoa senta-se inquieta abaixo doces mandos firmes...por dentro quer sair correndo e prender entre o ventre o momentum que já foi presente. O pensamento faz de conta que não existe e assim a vida se alimenta a cada inspiração e a cada exalada dissolve-se um pouco a morte de nós mesmos. A mente criativa leoa sai louca à procura do amor sincero com poucas suspeitas que o amor sincero está simplesmente em lugar nenhum. Lá mesmo, no fundo do poço vazio, escuro e oco tal qual seu ventre bem naquele instante em que está cheio de momentum. Amor sincero é nada, vazio que deixa saudade, terreno para tudo o que já foi, é e ainda será.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Amigo

Agente da destruição me desconstrói...saio a catar minhas partes que vão caindo nada leve, vão ficando pelo caminho. O que sobra de mim está desnuda e brilha como foco absoluto de si própria, única luz num palco escuro. Seja lá qualquer um dos ângulos eu-tu-eles, o discurso é argumento protecionista de sua voz, que defende a idéia além da palavra e quer muito descascar o momento até expor toda a nudez do sentimento. Me descasca, me neutraliza e depois me alimenta com teus beijos. Circunstancialmente me viro toda ao avesso, sou essência transformada, pura co-criação minha e tua.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Essencial


"- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram...- Não encontram, respondi...- E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...- É verdade.E o principezinho acrescentou:- Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração...O essencial é invisível aos olhos."
"O Principezinho", Antoine de Saint-Exupéry

Para achar o livro inteirinho entra aqui.

quarta-feira, 7 de março de 2007

...Quase, ou o namoro furioso que não vingou.

Já fiz as pazes de brigas que nunca tivemos, te libertei do choro e do peso do medo das consequências de sincronias que nunca vivemos, esqueci os caminhos que não percorremos, troquei por outros muitos, de diferentes falas, intensidades, os beijos que me faltavam e incendiei de desejo em outros quadris que me trouxeram à vida de dentro, fazendo a terra fora tremer.. alargamento do espaço interno se adequando à grandeza da vida que pode ir de súbito morar ali.

Pairando no ar, como suspiro reverberado por milhas, habita por mim neste mundo uma sensação leve de perna bamba como o dançar de e-moções. Tomei a injeção, a fortes grandes pontadas estocadas, consagrou-se teu bendito esquecimento! Nossa estória da carochinha não passou de chuva de verão, trova sem fundamento de base rasa ou quem sabe foi bem o estopim dessa maravilhosa germinação?

Assim da pélvis para o centro do Universo, circula a satisfação, esse riso de certeza da incertitude e pura cristalina cócega coceira, existência do próprio âmago que recebe e envia e recebe de novo suas próprias emanações, confirmação da dor ou delícia de ser o que se é certeza da existência, canal de ressonância, massa óssea, visceral e muscular.

Como molécula pronta próprio corpo, quadris caldeirão que digere meus sentimentos, peito, cabelos, olhos abertos, boca pronta para sentir molhar colada na janela para outra dimensão ser instinto sinto. Germino esse despertar com um toque de calor objetivo, assim como fogo que brilha e queima e domina, o impulso passa por cima, perfura e faz de gozo doer.

E tem um acréscimo à isso tudo, o amor presente que é o do negro mais colorido, traz em si verdade, visão pela terra, argumentos, diplomacia e coragem, me sequestra para dentro de sua "viajem" e liga a região do meu sexo até a do pensamento, abrindo o caminho do conhecimento. Nutro minha raiz de Harmonia, Presença aqui e agora que cresce virgem e plena!

segunda-feira, 5 de março de 2007

Silêncio

Quem eu quero ser... está tão longe aqui deste teclado..se esconde por aí pelas montanhas, pelos vales acompanhando nobres companhias e troca muito de si mesma porque todos ao redor estão prontos para compartir, deixaram de ser vampiros já há algum tempo. Aquela que circula as estradas e observa o vôo de tucanos que cortam a vista e dão direção ao pensamento está dentro, e também tão fora de mim. Corro para tê-la por perto, e nado contra as correntes, a presença dela é preciosa. Pelas ruas e cafés, a impressão de já ter tido as mesmas conversas como no dia da Marmota, tudo se repete, indefinidamente. Brusca profundidade dessa cômica repetição! E eu ás vezes não dou conta, palhaça do destino? Já vi tudo parecer um calmo romance de início de séc... sem pressa, sem hora para acabar... daqueles de fazer dormir. Ao pé que anda a situação se arrasta. Imaginada, toda ela e todas outras tantas bem antes da minha.. porto alegre e eu temos uma relação genérica que anda, anda e está sempre nela mesma. E vem lua e vai lua, maré alta, maré baixa... Aqui dentro o coração palpita e a vontade de compartir esse gelo que é esse silêncio que sinto... Irracional é o sentimento e justo esse, um alerta de se estar brincando na corda bamba esse silêncio é fruto de uma semente que não plantei, veio da mão de algum antepassado e assim vem lua, vai lua... Destino vem contra a minha vontade, bruta flor do querer quer escapar. A droga do comforto me domestica... Não quero! Na minha viajem preciso é encontrar a própria fórmula da existência, cultivar paciência e caminhar. Caminho me leva por meio a rios, córregos e chachoeiras, se faz ao andar e vai sempre dar em (a)mar. O resto é...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai.

Se revolta e briga e luta para não virar refén de seu próprio afeto. De concreto armado se faz em cidade... Eu aqui sou floresta, ofereço meus caminhos e minhas trilhas, todas as entradas são tuas e um amor desapegado mas sincero e lindo, desses de cinema, meu bem.

Carochinha

Rapidinho os dias foram virando noites que foram virando dias que viraram madrugadas quentes seguidas de mais dias... Começo a notar que algo mudou..acho que foi aquela enorme montanha russa que engoli todinha, gira, gira, gira... Bem, percebo que o objeto de meu estranho humor está de volta em muitas partes e é pedra-cavalo-sopa-de-missô-melão-cortado-borboleta-de-(quê?)zebra-desenho-amassado-amor-guardado-chove-e-não-molha e mais um quintilhão de letras bem espremidinhas. Ele passeia em meu mundo fazendo rodeios, vai desde os confins dos pampas até as envergaduras do Acre contando estórias. Adoro língua no ouvido.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Contato Improviso


Beeeep.
Contato. Quis adicionar vídeo e não soube como. Improviso. De novo, outra vez, mais tentativas e...nada.
E foi então em meio ao carnaval que fiz contato. Num vai-vém de situações o contato foi mais além que o previsto. Embriaguez de um mundo ideal e novo.
Navegando, nadei até as profundezas e tornei meu mar de emoções uma tranquila realização. Banhando meus dias e noites de suspiros, me deixei conduzir eletrica por outros sons, outras palavras, zoiada nas pupilas e beijos e carinhos vitaminados que alimentam e acalmam a criança.
Agora como o peixe fora d'água não sei o que fazer com carinho que transborda. Auxíííílio!!!! Eu, um pouco perdida, mas o vídeo fica aqui: www.youtube.com/watch?v=41POpFegs4g, bem resumido, de nossa oficina aqui em Porto, fim de 2006.
Contato faz o caminho da linha da vida com a caminhada, faz o medo evaporar em cheiro de presente atenção. É dança que aquieta a mente, uma deliciosa satisfação.. Aquieta a hiper ativa
que não pára, e me projeta no espaço infinito da minha existência, vai para dentro e sai e volta,
contrai forte e espande, vai fundo, mora em mim e não tem fim.


em Pedaços.

Me ouve, me olha, me sente, me leva, contigo para sempre.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007


Escrevo na perspectiva de aClarear-me.

Trilhando e navegando e tocada pelos ventos, vim! Posso desfrutar um bocadinho, o suficiente para sentir tua presença em cada espaço percorrido. Obrigada por trazer de volta o recordo, haviam coisas que eu não me lembrava mais. E a brisa que passa, refresca a memória, a nuvem que desenha e é desenhada pelos céus, aguça os sentidos e o Mar, que é assim grande e generoso e fonte de inspiração e vida e cura continua sendo o lugar onde busco entendimento e fazer as pazes comigo mesma. Adorei e adoro nosso re-conhecimento mútuo. Gracias.