terça-feira, 29 de abril de 2008

Liga

Dou vivas ao céu e a lua cheia,
pois eu tenho um belo amor para viver!
Sim, apesar das brigas e discussões
eu tenho um belo amor para viver ...
Ela é filha das tempestades,
filha da lua e da estrela da manhã,
e bem juntinhos e abraçadinhos nós andamos por aí.
Dançando dança contato para tudo começar,
dançando e sussurrando no vento o nome do sol,
fazendo coisas sagradas em lugares sagrados,
bebendo Santo Daime no cruzeiro do sul,
onde canta o galo do despertar,
onde descobrimos a beleza e a doçura de nosso amor
numa tarde fria e chuvosa de Santo Antônio,
fumando Santa Maria Joana na roda de cura,
no círculo onde reverenciamos os ancestrais,
os espíritos da natureza e o Grande Mistério da existência,
fazendo amor ao lado de uma cachoeira,
na cidade mais fria do sul em pleno inverno,
tendo visões de Orixás após um orgasmo
- que queimou suas entranhas
e abriu-me o portal da visão -,
tomando chá de cogumelos em Maquiné
numa cabaninha gaulesa,
vivendo nossas fantasias
dentro de um quarto descondicionador dos sentidos,
decidindo morar juntos após uma semana de teste
- em que brigamos todos os dias -
cuidando de sua gravidez psicológica,
praticando a não- prática do yoga no sol do amanhecer,
bebendo vinho pelas ruas da cidade nas noites frias,
ou dentro de bares singulares
- certa vez embebedamos-nos um ao outro
até que nos decidíssemos a reatar -,
tudo isso depois que encontramos nosso destino
na noite em que leste para mim
- um poema que eu mesmo escrevera! -
pensando que fosse o poema de um monge tibetano
preso na china comunista.
Tudo isso em meio a muitas brigas e discussões ...
Mas que importância isso tem?
Quem não acreditaria que é a força do vento
que nos traz os raios do sol?
Quem não perceberia que a rosa do amor
nasceu em nossos corações?
Pois é no húmus de nosso sêmen e de nossa saliva
que a mãe terra nos abençoa todo dia.

por meu adorado Antonio Augusto Caminho (Pema Lhundrup Dorje)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Instituto Arca Verde - Curso de 1 a 4 maio 2008


Viver de forma sustentável, preservando as condições de vida para as próximas gerações, implica em mudar muitos de nossos hábitos em relação às outras pessoas, ao ambiente que nos cerca e dentro de nós. A Ecovila Arca Verde há mais de dois anos tem como desafio criar um modo de vida baseado na solidariedade e no respeito com todos os seres.
Nesta oportunidade, compartilharemos nossa experiência teórica e prática de uma forma vivencial e utilizando ferramentas eco-pedagógicas para construir conhecimentos em grupo e estimular a reflexão sobre nossa missão na Terra (continua)...



Dimensão Social
-Acordos de Convivência
-Habilidades de comunicação Interpessoal e feedbacks
-Desenho social e processo de integração na Arca Verde

Dimensão Econômica
-Economia solidária e Consumo Consciente
-Sustentabilidade econômica em comunidades
-Rede Colaboração Solidária da Arca Verde e a nossa moeda social “Verdinha”.

Dimensão Ecológica
-Introdução à Permacultura
-Bioconstrução
-Sistemas Agroflorestais – SAF’s
-Sustentabilidade doméstica

Dimensão Cultural/Espiritual
-Yoga e meditação
-Tenda da Lua e do Sol
-Danças circulares e celebração dos ciclos

Vagas
Serão disponibilizadas 23 vagas, que devem ser confirmadas antecipadamente pelo telefone 54-9901 7745 ou e-mail institutoarcaverde@gmail.com . Mais detalhes no site www.arcaverde.org

Investimento
224 reais (parcelável com cheque) - Inclui hospedagem em camping, alimentação vegetariana integral e majoritariamente orgânica, emissão de certificado de 40 horas e recebimento de 18 “verdinhas” para exercício da Rede de Colaboração Solidária da Arca Verde.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Círculo Virtuoso

A receita mais torturante de um vir a ser poderia vir a ser a insistência em matar-se como se é... e das raízes profundas renascer, nunca morrer completamente...

Já não sei se vivo morrendo ou morro vivendo. Porque nunca existe a quietude de uma satisfação com o que se é. A tranquilidade de se estar trilhando um caminho que leva à realização, em harmonia com um bem maior, à ecologia da terra, à minha própria saúde, digo 100%, nunca dá..

Sinto tentar dobrar-me para caber na caixinha... Sou muito mutável, me enrolo mas nunca alcanço este estado de estar fixa...com identidade estabelecida.. às vezes morro, paro de respirar.. pareço estar fixa num estado.. por alguns segundos me divirto parada.. Depois uma inspiração me vem e mudo de forma, de rumo, de fluxo...

Especialmente depois de misturar-me à alguém na dança dos corpos, sinto meu fluxo interno correndo e em minhas veias e artérias a correnteza que deságua no oceano do meu coração. É o nirvana, o acalmar da alma.. a paz completa descrita como um simples pulso. E é assim que posso seguramente afirmar: Vida ! A eletricidade circula em minhas artérias e se irradia em quarteirões.. Sou por dentro um conjunto de movimentos que se assemelha as órbitas planetárias se expandindo em torno do centro magnético de toda a existência.

Sem a dança há rompimentos.. Não gosto de falar em rompimentos..
Mas paradoxalmente compartilho de sentir necessidade deles.. Talvez não seja mais que uma pequena pausa na vida. A pausa que mais parece uma morte. Melhor, uma vida silenciosa que existe no escuro.. Ou como a volta da onda, que agrupa em si todos os ângulos que tornam saudável o seu desenrolar.. Se consigo abrir caminhos dentro de mim para simplesmente deixar passar aquilo que me ameaça, aí encontro a eterna sabedoria que une as pausas ao movimento mais espontâneo.. Me sacio !

A inquietude em surfar nesse mar me perspassa, sou tomada pela ação. E o impulso de me lançar à vida é talvez suicida. Porque minha vida para viver precisa sempre ser morrida e daí com força, renascida..

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