segunda-feira, 26 de março de 2007

Amigo

Agente da destruição me desconstrói...saio a catar minhas partes que vão caindo nada leve, vão ficando pelo caminho. O que sobra de mim está desnuda e brilha como foco absoluto de si própria, única luz num palco escuro. Seja lá qualquer um dos ângulos eu-tu-eles, o discurso é argumento protecionista de sua voz, que defende a idéia além da palavra e quer muito descascar o momento até expor toda a nudez do sentimento. Me descasca, me neutraliza e depois me alimenta com teus beijos. Circunstancialmente me viro toda ao avesso, sou essência transformada, pura co-criação minha e tua.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Essencial


"- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram...- Não encontram, respondi...- E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...- É verdade.E o principezinho acrescentou:- Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração...O essencial é invisível aos olhos."
"O Principezinho", Antoine de Saint-Exupéry

Para achar o livro inteirinho entra aqui.

quarta-feira, 7 de março de 2007

...Quase, ou o namoro furioso que não vingou.

Já fiz as pazes de brigas que nunca tivemos, te libertei do choro e do peso do medo das consequências de sincronias que nunca vivemos, esqueci os caminhos que não percorremos, troquei por outros muitos, de diferentes falas, intensidades, os beijos que me faltavam e incendiei de desejo em outros quadris que me trouxeram à vida de dentro, fazendo a terra fora tremer.. alargamento do espaço interno se adequando à grandeza da vida que pode ir de súbito morar ali.

Pairando no ar, como suspiro reverberado por milhas, habita por mim neste mundo uma sensação leve de perna bamba como o dançar de e-moções. Tomei a injeção, a fortes grandes pontadas estocadas, consagrou-se teu bendito esquecimento! Nossa estória da carochinha não passou de chuva de verão, trova sem fundamento de base rasa ou quem sabe foi bem o estopim dessa maravilhosa germinação?

Assim da pélvis para o centro do Universo, circula a satisfação, esse riso de certeza da incertitude e pura cristalina cócega coceira, existência do próprio âmago que recebe e envia e recebe de novo suas próprias emanações, confirmação da dor ou delícia de ser o que se é certeza da existência, canal de ressonância, massa óssea, visceral e muscular.

Como molécula pronta próprio corpo, quadris caldeirão que digere meus sentimentos, peito, cabelos, olhos abertos, boca pronta para sentir molhar colada na janela para outra dimensão ser instinto sinto. Germino esse despertar com um toque de calor objetivo, assim como fogo que brilha e queima e domina, o impulso passa por cima, perfura e faz de gozo doer.

E tem um acréscimo à isso tudo, o amor presente que é o do negro mais colorido, traz em si verdade, visão pela terra, argumentos, diplomacia e coragem, me sequestra para dentro de sua "viajem" e liga a região do meu sexo até a do pensamento, abrindo o caminho do conhecimento. Nutro minha raiz de Harmonia, Presença aqui e agora que cresce virgem e plena!

segunda-feira, 5 de março de 2007

Silêncio

Quem eu quero ser... está tão longe aqui deste teclado..se esconde por aí pelas montanhas, pelos vales acompanhando nobres companhias e troca muito de si mesma porque todos ao redor estão prontos para compartir, deixaram de ser vampiros já há algum tempo. Aquela que circula as estradas e observa o vôo de tucanos que cortam a vista e dão direção ao pensamento está dentro, e também tão fora de mim. Corro para tê-la por perto, e nado contra as correntes, a presença dela é preciosa. Pelas ruas e cafés, a impressão de já ter tido as mesmas conversas como no dia da Marmota, tudo se repete, indefinidamente. Brusca profundidade dessa cômica repetição! E eu ás vezes não dou conta, palhaça do destino? Já vi tudo parecer um calmo romance de início de séc... sem pressa, sem hora para acabar... daqueles de fazer dormir. Ao pé que anda a situação se arrasta. Imaginada, toda ela e todas outras tantas bem antes da minha.. porto alegre e eu temos uma relação genérica que anda, anda e está sempre nela mesma. E vem lua e vai lua, maré alta, maré baixa... Aqui dentro o coração palpita e a vontade de compartir esse gelo que é esse silêncio que sinto... Irracional é o sentimento e justo esse, um alerta de se estar brincando na corda bamba esse silêncio é fruto de uma semente que não plantei, veio da mão de algum antepassado e assim vem lua, vai lua... Destino vem contra a minha vontade, bruta flor do querer quer escapar. A droga do comforto me domestica... Não quero! Na minha viajem preciso é encontrar a própria fórmula da existência, cultivar paciência e caminhar. Caminho me leva por meio a rios, córregos e chachoeiras, se faz ao andar e vai sempre dar em (a)mar. O resto é...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai,ai.

Se revolta e briga e luta para não virar refén de seu próprio afeto. De concreto armado se faz em cidade... Eu aqui sou floresta, ofereço meus caminhos e minhas trilhas, todas as entradas são tuas e um amor desapegado mas sincero e lindo, desses de cinema, meu bem.

Carochinha

Rapidinho os dias foram virando noites que foram virando dias que viraram madrugadas quentes seguidas de mais dias... Começo a notar que algo mudou..acho que foi aquela enorme montanha russa que engoli todinha, gira, gira, gira... Bem, percebo que o objeto de meu estranho humor está de volta em muitas partes e é pedra-cavalo-sopa-de-missô-melão-cortado-borboleta-de-(quê?)zebra-desenho-amassado-amor-guardado-chove-e-não-molha e mais um quintilhão de letras bem espremidinhas. Ele passeia em meu mundo fazendo rodeios, vai desde os confins dos pampas até as envergaduras do Acre contando estórias. Adoro língua no ouvido.