quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Inesperadas conclusões

Da total liberdade da rotina percebi minha maior prisão.
Da paralisia concebi a ação.
Do movimento de caminhar tranquilizei o corpo e a mente.
Do trabalho e do suor percebi a continuidade.
Da continuidade identifiquei os amigos, dos amigos, a perpetua integridade.
Da eternidade voltei-me à mim, pequeno grão.
De tão pequena, notei-me...
E assim pensei na separação.
Da separação quis o complemento homem.
Do homem sol quis o grito que me fecunda e com um encaixe gera a luz da vida.
E da vida quis mais ainda o homem.
Porque ele à mim trazia mais vida gestando a beleza permanente.
Da beleza permanente, senti-me efêmera.
À efemeridade reagi com o coração ansioso pela eternidade das juras de amor seladas.
Do verbo conceitual das grandes juras de amor fui tocada pelos silêncios de pausa.
Ali, contemplei nos olhos meu amor, meu próprio reflexo.
De meu próprio reflexo vi minha antítese perfeita.
E nessa ambigüidade me perdi.
E da frustração de estar perdida aprendi a humildade.
Da humildade exerci com graça a escuta do mundo ao meu redor.
Do mundo tal qual eu criei pude me lembrar e recordando pude mergulhar nos mistérios da criação.
E desses mistérios bebi da fonte da verdade.
A ingestão dessa verdade fez tudo o que não era ela parecer pequeno.
E da necessidade de compreender imparcialmente todas as partes que me compõem saí do ínfimo e cheguei ao Todo.
No Todo e em tudo me achei.

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